Deep WEB é
conhecimento, não crime!
Regularmente todos os internautas
recorrem a mecanismos de busca como o Google para encontrar determinado site.
Afinal de contas, a WEB é um oceano de informações, e para navegar por ela é
necessário um índice que a organize. Entretanto, os mecanismos de busca são
capazes de indexar menos que 1% de toda a Internet, segundo uma pesquisa feita
pela Universidade da Califórnia. Ou seja, você navega ou já navegou apenas pela
“praia”, mas ainda nem conhece o oceano.
Os mecanismos de busca não
conseguem indexar nem mesmo todos os sites da “praia” (os sites visíveis),
quanto mais da Deep Web. Isso porque estes mecanismos possuem algumas limitações
impostas pelos próprios websites. Ou seja, um website pode escolher se aparece
no Google ou não; da mesma forma, o Google pode escolher se um site aparece em
seus resultados, de acordo com suas diretrizes. Na prática, sites que envolvam
pirataria, cracker, terrorismo e todo tipo de atentado humano como canibalismo,
pedofilia, necrofilismo e etc não aparecem em seus resultados, afinal todos
constituem CRIME (pelo menos no Brasil).
No entanto, estes websites ainda
existem na Deep WEB, um local restrito, perigoso de uma certa forma e pouco
conhecido. A dificuldade no acesso começa pela própria natureza da Deep WEB.
Para acessar, não basta uma conexão de Internet e um navegador comum como o
Google Chrome, mas é preciso “entrar” nesta subrede através do navegador TOR.
Pelas poucas experiências que eu
tive no submundo do Deep WEB, tive uma impressão: O lugar é realmente perigoso,
sem nenhum exagero ou sensacionalismo. Lá se encontram os piores hackers e
crackers do mundo, fora a quantidade de malware e vírus; todo o cuidado é
pouco. O pior é quando o internauta cai na besteira de baixar algum conteúdo
ilegal, por exemplo sobre pedofilia. Esses arquivos são constantemente
rastreados pelas organizações investigativas de todo o mundo, inclusive a
divisão de crimes virtuais do Brasil. Apenas 10MB transferidos já são
suficientes para descobrirem de onde vem e para aonde vai, mesmo que a sua
conexão esteja mascarada através de proxy ou surf (que é o caso do TOR). Óbvio
que não é tão fácil assim, caso contrário não existiria crimes pela Internet.
Dentro da Deep WEB você verá todo
tipo de conteúdo, eu particularmente busco conhecimentos na área hacker e
segurança digital em alguns fóruns russos que eu encontrei. Nem adianta passar
um link desse site aqui, pois http://4eiruntyxxbgfv7o.onion não é acessível de
onde estamos, somente quem está dentro da rede TOR consegue acessar.
Camadas de Acesso
Todos os domínios terminados em
“.orion” e “.tor2web” fazem parte da primeira camada metaforicamente falando.
Esta é a camada mais acessível dentro da rede TOR, onde os links são divulgados
em buscadores próprios, sendo mais fáceis de serem encontrados. A segunda
camada possui os domínios terminados em “.i2p”, neste caso os links não são
facilmente encontrados e ainda são requeridos dados cadastrais válidos para
serem acessados.
A camada mais baixa, também
metaforicamente falando, possui os domínios terminados em “.onion”; neste caso
são páginas encriptadas. Ao acessar, você verá apenas uma sequência lógica de
algoritmos de criptografia, que só pode ser descriptografada com login e senha
válido. Nesta camada surgem os vírus que
se espalham pela rede além de ser uma das principais bases da rede P2P,
o PirateBay (uma versão negra do maior tracker do mundo). Para participar da
terceira camada, você precisa ser convidado por alguém que já participa,
dificultando o egresso de novos participantes. Trata-se de um grupo seleto,
geralmente com conexões de Internet de alta velocidade (acima dos 100Mb/s).
O que é TOR?
TOR é o acrônimo de “The Onion
Router“, um sistema desenvolvido para permitir o anonimato online. O software
cliente TOR encaminha o tráfego da Internet através de um rede mundial
voluntária de servidores, escondendo as informações do usuário e assim
impedindo qualquer atividade de monitoramento.
O projeto nasceu no setor
militar, patrocinado pelo Laboratório Naval de Pesquisas dos EUA e de 2004 a
2005, foi apoiado pela Eletronic Frontier Foundation. Atualmente o software é
mantido e desenvolvido pelo Projeto TOR.
Explore esse mundo
A Deep WEB não é ilegal, pelo
contrário. Ela sim é a Internet, ou pelo menos 99,3% dela que quase ninguém
conhece. Mas deixo aqui algumas recomendações:
Não acesse o Deep WEB com o seu
sistema operacional pessoal, prefira sempre acessar através de uma máquina
virtual, recomendo usar a VmWare com Linux (Tails do GNU/LINUX já vem preparado
para a Deep WEB) ou Windows através do navegador TOR;
Instale ou atualize o seu
Antivírus e mantenha um bom Firewall protegendo a sua conexão (Nada de Firewall
nativo do Windows, instale o COMODO Firewall);
Quando acessar o Deep WEB, entre
no site que é conhecido como o “Google”, o The Hidden Wiki. Lá você encontrará
o que procura.
Não baixe nada; Não converse com ninguém;
Na Deep WEB eu encontrei muito
conteúdo útil, existem até blogs pessoais por lá. Encontrei sites de
compartilhamento de TCC, gabaritos de várias provas; além dos sites “normais”
com filmes, clipes, fóruns e portais de notícia. A rede também possui muitos
Hackers e Crackers, os melhores que existem. Não confie muito, toda segurança é
pouco. E ao se aprofundar nas camadas, você irá encontrar coisas estranhas,
como venda de armas e drogas, assassinos de aluguel e todo tipo de conteúdo
ilegal. Se decidir entrar, tome cuidado.
Deep WEB é conhecimento, não
crime! Claro, depende do que você está buscando nela. De qualquer forma,
navegue com segurança e evite conteúdo ilegal. Mas não se preocupe à toa,
conteúdos ilegais não são fáceis de serem encontrados, até porque não são
acessíveis via HTTP, somente por FTPsw e VPN, ambos privados.